Banda Placa - CD AVENÇA

Banda Placa | 10:03 | 0 comentários






O projeto Avença é uma proposta de divulgação e valorização da diversidade cultural  no estado do Amapá. O comprometimento  desafiador da Banda Placa  é interagir com as novas gerações fortalecendo com entusiasmo um caminho já percorrido pela nossa ancestralidade que precisa ser mantido e valorizado, buscamos através dos shows ações coletivas entre a Banda Placa, Escola, Alunos e comunidades com o comprometimento de  estabelecer relações e diálogos que tratem da herança cultural do índio e do negro, mantenedores de uma cultura considerada  milenar, mestres, fazedores de cultura, contadores de histórias, causos, e outros.
Entender a nossa complexidade cultural é poder refletir uma proposta tucujú para um programa de cultura na formulação e implementação de políticas públicas na educação amapaense.
O projeto AVENÇA, é uma abertura importante de levar a várias escolas e  comunidades as experiências da Banda Placa dos trabalhos e pesquisas realizadas por longos anos, com premiações em editais públicos. Promovendo palestras exposições e oficinas.   

  
                                        


A Banda Placa já iniciou os contatos com várias escolas estaduais e municipais para a realização do projeto Avença. 
1 -  Escola Estadual Dr. Coaracy Nunes.
2 -  Escola Municipal Josafá Ayres
3 - Escola estadual Castelo Branco
4 - Comunidade do Torrão do Matapi
5 - Comunidade da Vila de Mazagão Velho
6 - Secretaria de cultura do Município de Ferreira Gomes
Todos os shows e programações do projeto serão realizados no segundo semestre de 2014



         
      Sinopse das músicas:

IRÁ AYÊ

É uma composição do músico e baixista da Banda Placa, Alan Gomes, que ousou em compartilhar conosco uma obra que trás a participação de um ícone da cultura  amapaense, conhecido como Manoel Caldo,  morador do Quilombo do Curiaú, onde o mesmo, canta em alguns trechos da música o batuque Marcolina, A música Irá Ayê, que quer dizer “Mel da Vida”, é uma proposta de trazer algumas expressões indígenas não como resgate, mas sim como uma forma de preservar a nossa ancestralidade, incentivando o acesso através das pesquisas da Banda Placa.
A criatividade e a capacidade  foram elementos imprescindíveis do músico Alan Gomes que manteve aberta uma linguagem na construção de usar novas  tecnologias para manter em destaque particularidades da nossa cultura, como contadores de histórias, causos, mestres e mantenedores da cultura negra e indígena. Os arranjos foram cuidadosamente montados a partir de conhecimentos e experiências culturais vivenciadas dentro de nossas comunidades de matrizes africanas.

MARQUÊS DE BONFÁ

Marquês de Bonfá, é uma música composta por Álvaro e Carlitão em  homenagem ao jornalista Bonfim Salgado que  sempre se declarou fã e amigo da Banda Placa, era um grande admirador da música amapaense. Tinha com os irmãos Álvaro e Carlitão um relacionamento muito bom. Faleceu no dia 12/03/2012, aos 63 anos de idade, o estado do Amapá perdeu um grande amante da cultura amapaense.
José Antônio Bonfim Salgado,  nasceu no município de Amapá, no dia  29 de novembro de 1948.
Em 1968 já participava de movimento estudantil, foi militante político do partido ARENA, na época do primeiro governador do Território Federal do Amapá, Janary Gentil Nunes.
Era um excelente jornalista, apresentou na extinta Rádio Educadora São José de Macapá, Fatos, Boatos e Vice-Versa. Bem mais recente chegou a  participar do movimento Poesia na Boca da Noite, juntamente com seus outros amigos(as), Alcinéia Cavalcante, Professor Antonio Munhoz Lopes, César Bernardo. Em sua coluna no jornal Diário do Amapá, sempre foi contundente em suas críticas e elogios, falava sempre o que considerava verdadeiro.

 VARAS DOURADAS

Varas Douradas é uma música que reúne vários elementos (Alvorada, Marabaixo de Ladrão, de cortejo e o Hino do Divino Espírito Santo), que fazem parte da Festa do Divino, que teve sua origem baseada na libertação dos escravos, homenageando a princesa Izabel, justificando que a mesma  haveria recebido o Divino Espírito Santo, para então assinar a leia Áurea, essa festa está diretamente ligada às religiões afro-brasileiras,  com uma  tradição que existe desde a data de fundação  da Vila de Mazagão Velho em 23 de janeiro de 1770, com 244 anos de encenações representando a coroação da imperatriz,  uma de suas  particularidades,  é executada com um grupo de meninas, chamado império, (as empregadas do divino), que são em número de 12.  Essas meninas são vestidas com trajes de nobres em cor branca e tratadas como tais durante os dias da festa, com todas as regalias. O império se estrutura de acordo com uma hierarquia no topo da qual esta a imperatriz (rainha), A cada ano, ao final da festa, no dia 24/agosto, em uma sede é realizado o sorteio das  meninas que irão desempenhar os seus novos personagens na  Festa do Divino,  a imperatriz repassa seus cargos às empregadas  que os ocuparão no ano seguinte, recomeçando o ciclo da Festa do Divino Espírito Santo. A necessidade de manterem suas memórias e tradições é fundamental para a preservação da identidade cultural da Vila de Mazagão Velho. 

NA LEVADA DO BOLÃO

 Na Levada do Bolão, é uma composição de Carlitão/Álvaro, que traz a proposta do batuque único no estado do Amapá, com a execução de dois tambores (amassador e dobrador, e mais 3 pandeiros, que faz o diferencial da manifestação cultural do Curiaú), é uma homenagem justa e merecida ao Grupo Folclórico “ Raízes do Bolão “.
O grupo Folclórico Raízes do Bolão, foi fundado no dia 26 de julho de 1999, com o objetivo de divulgar a cultura amapaense (Batuque e Marabaixo).
O grupo recebeu este nome, para homenagear ainda em vida o patriarca da família Santos, o Sr. Maximiano Machado dos Santos, conhecido popularmente como “Bolão”, sendo que a idéia desta homenagem foi de uma grande amiga da família, Maria das Dores, conhecida como Drica.
      A primeira apresentação do grupo foi para a Diocése de Macapá, desde então o grupo Folclórico Raízes do Bolão não parou mais.
     Através do grupo folclórico Raízes do Bolão a cultura amapaense já foi divulgada para vários estados brasileiros como: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília... e fora do País como Caiena e Alemanha, em 2013, o grupo participou do projeto do Sesc Nacional (Sonora Brasil), não podendo esquecer que o grupo também divulga a cultura pelos Municípios do Estado do Amapá.
   O grupo Folclórico Raízes do Bolão realiza 03 (três) festas religiosas todos os anos, sendo elas:
          1ª... Festa de Santo Expedito..... 19/abril
          2ª... Festa de São Joaquim......... 09/agosto
          3ª... Festa de Guadalupe............ 12/dezembro
   A sede do grupo esta localizada na Rodovia do Curiaú

nº 1517; Quilombo do Curiaú.

TAMBORES

A música Tambores foi a primeira composição feita e inspirada na comunidade da Vila de Mazagão Velho, foi um marco no   começo de   um  trabalho árduo  e   ao mesmo tempo, emocionante. Atendendo  um convite de um grande amigo “  Juvenal Canto”, para um evento chamado a festa do Divino Espírito Santo, em 24 de agosto(domingo) de 1997 (MARABAIXO DE RUA), em Mazagão Velho.
Foi o nosso primeiro contato com aquela comunidade, chegando lá, tivemos  uma sensação diferente,  foi  um momento um tanto quanto mágico. De posse de uma  filmadora, começamos  a registrar todos os momentos de perto, iniciamos pela casa do Lino, estava eu (Carlitão) e o Bebeto Nandes,  vendo  aquele  povo nas casas, nas ruas,   cantando e dançando aquelas músicas de marabaixo, algo emocionante, assistindo e sentindo as expressões de rostos, corpos flutuando ao som de uma melodia de lamento misturado com euforia, mas que tinha um significado de vida e liberdade. Observando todos os acontecimentos, algo me deixou curioso, vendo um senhor magro de cabeça branca que se manifestava cantando e dançando muito diferente, com um olhar distante como se estivesse querendo me dizer alguma coisa, achei aquelas expressões marcantes. Acredito que ele conseguiu chamar a minha atenção. Chegando em casa depois de assistir tudo aquilo, escrevi uma letra com o título ( Tambores ) me inspirando naquele senhor o qual eu também não sabia o seu nome, dias depois mostrei ao meu irmão (Álvaro), guitarrista e arranjador da Banda Placa, que acabou fazendo uma linda melodia, que resultou numa canção dedicada à Vila de Mazagão Velho. Por coincidência no dia 31/agosto/1997, voltamos à Vila de Mazagão Velho, estivemos reunidos na casa de seu Acendino Jacarandá, e lá estava aquele senhor de cabeça branca, chamado  Biló Nunes, que foi o grande causador de todo esse trabalho da Banda Placa dentro da Vila de Mazagão Velho. 


BATALHA ENTRE MOUROS E CRISTÃOS

É uma composição do músico e arranjador Álvaro Gomes, guitarrista da Banda Placa, que inspirou-se na Festa de São Tiago, que acontece na comunidade da Vila de Mazagão Velho, mais conhecida como Batalha entre Mouros e Cristãos. Evidenciando os toques das caixas(cabanas) através de registros em partituras,  na Folia de São Tiago bem como  na dança do vomine,  
A proposta de Álvaro Gomes é o reconhecimento e a necessidade de fazer um registro numa perspectiva histórica sobre o grande acontecimento, onde a própria comunidade mantenedora uma  tradicional manifestação cultural  ainda não possuía os referidos registros,  a iniciativa do músico representa uma linha de continuidade na construção e na identidade das manifestações e da diversidade cultural do povo da Vila de Mazagão Velho, que são herdeiros de tradições mantidas por outras gerações influenciadas por portugueses e negros.





ORIGEM DA FESTA DE SÃO TIAGO
     



 A festa tem sua origem na lenda que conta o aparecimento de São Tiago como anônimo soldado que lutou heroicamente com os mouros.
Desde a conquista das terras africanas, os lusitanos fervorosos católicos, tentaram obrigar os muçulmanos a se tornarem cristãos e aceitar a fé em cristo e o batismo de sua religião. Isso provocou descontentamento nos seguidores de Maomé, que mais tarde declararam guerra aos cristãos, liderados na época por Jorge e Tiago.
Durante vários dias ocorreram batalhas com grande vantagem para os lusitanos, que resistiram aos ataques dos mouros. Estes, chefiados pelo Rei Caldeira, vendo que não venceriam seus adversários, armaram uma cilada que consistia em pedir o fim da guerra e entregar aos capitães cristãos presentes em forma de iguarias.





Category:

0 comentários

Compartilhe esta Notícia :
Direitos Reservados; Placa Cultura © 2013